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19 de ago. de 2012

"O MESMO OUTRO é, antes de tudo, um trabalho de desobrigação, desentulho, travessia..." FAÇA A VIAGEM, É INTRIGANTE.


O mesmo outro é, antes de tudo, um trabalho de desobrigação, desentulho, travessia. Fez-se em forma de insídia, dessas cuja tonalidade vem mudando a parir de dentro. Não deixa de ser uma cilada! Ainda agora é um fruto verde – mas antes que de maduro despenque, já podre, é melhor colher logo. Do ponto de vista de sua lógica, não chega a ser uma matriz ou cópia de alguma outra coisa autêntica. É o que é! O original é este mesmo: um rascunho. Mas, ao mesmo tempo é outrem: é o mesmo mas é outro!(...)
Exceto pelas pequenas distinções de idade, os textos aqui reunidos não chegam a formar uma obra – não no sentido clássico! É apenas uma safra de insônias que nasceu como rascunhos de mim mesmo, cochichos acanhados e sem forma, e foi tomando forma de excedência. Não sei o quanto de poesia há em O mesmo outro, sei apenas da sua necessidade. Suas letras vacilam entre a rima e o pé-quebrado, versos em prosa, expõem, resmungam o atrito do Eu com o Mundo! É minha forma de inscrição rupestre, talhada  a unha no fundo da minha caverna. É meu exercício de nudez. Não vou me desculpar por isto!

O Autor

“Quando a noite for menina feita/ molhar tua boca de refrões refrescos/ frases sem verdades, só sonoridades/ chiados excitados nos ouvidos...” 

Josemar da Silva Martins nasceu em 1967, num sítio chamado São João, interior do povoado rural de São Bento, município de Curaçá - BA. Um dia, ainda no Colégio Ivo Braga, errou por um pequeno detalhe, numa prova de História, o nome no navegador Vicente Yañez Pinzón e ganhou um Pinzoh como apelido. É aprendiz da poesia desde 1984, quando escreveu o poema A Mão. Em 1986, participou da publicação do livro Cometendo poesias (Editora Scortecci), em parceria com José Carlos Rego, Pinduka. Atualmente mora na cidade de Juazeiro - BA, é doutor em Educação e Professor Adjunto da Universidade do Estado da Bahia (UNEB).

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